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Artigo: Como monitorar a contaminação ambiental utilizando plantas tropicais

Você sabia que mudanças ambientais induzidas por atividades humanas podem ser identificadas, caracterizadas e monitoradas por meio de reações da vida? Afinal, um dos atributos fundamentais de um organismo vivo é sua habilidade de responder a estímulos externos que ativam processos que, normalmente, o ajudam a sobreviver. Essa peculiaridade dos seres vivos, denominados bioindicadores, pode ser usada como critério ou indicador para a delimitação de alterações em seu ambiente.

As plantas são particularmente úteis para monitoramento do potencial tóxico de poluentes atmosféricos aos seres vivos. Espécies bioindicadoras acumuladoras demonstram o grau de contaminação atmosférica por substâncias tóxicas por meio de mudanças em sua composição química.

Espécies vegetais muito sensíveis a determinados poluentes, por sua vez, geralmente apresentam sintomas visíveis típicos, como necroses e cloroses foliares, por exemplo. Outras plantas menos sensíveis apresentam sintomas fisiológicos, metabólicos, estruturais e genéticos - os chamados sintomas invisíveis. Todas essas respostas podem ser indicadoras da presença de um determinado poluente no ar.

O que pode ser monitorado?

O biomonitoramento com plantas é aplicável para muitas finalidades. Ele pode ser usado para indicar mudanças na deposição de poluentes e seus impactos em áreas críticas, monitorar os riscos à vegetação no entorno, além do impacto dos poluentes emitidos. Ele também pode ser um aliado na seleção de novas tecnologias de produção, na escolha de espécies tolerantes à poluição atmosférica para programas de reflorestamento e arborização urbana, além de contribuir para a avaliação da perda de produtividade causada por poluentes atmosféricos.

Quais plantas podem ser utilizadas?

Diferentes estudos desenvolvidos em São Paulo, usando plantas bioindicadoras padronizadas para o hemisfério norte, já evidenciaram que a resposta bioindicadora de interesse é modificada quando estas crescem no ambiente em monitoramento - em comparação com as respostas observadas durante exposições simuladas em laboratório.

Isto ocorre porque a intensidade dessas respostas é determinada pela ação conjunta de múltiplos fatores ambientais (natureza e concentração dos poluentes, temperatura, umidade relativa, velocidade do vento, irradiância e fotoperíodo) e biológicos (características fisiológicas, anatomo-morfológicas e capacidade de produzir defesas antioxidativas).

Sendo assim, plantas bioindicadoras de origem tropical, teoricamente mais adaptadas às oscilações climáticas dos trópicos e subtrópicos, seriam mais apropriadas para o biomonitoramento da contaminação ambiental em nosso território.

Afinal, além de muito extenso e de experimentar regimes climáticos muito distintos, nosso território exibe cenários de distúrbios ambientais bastante diversificados. Fora que, diante da alta biodiversidade brasileira, não parece difícil encontrar espécies nativas que possam exercer adequadamente o papel bioindicador.

O biomonitoramento já é uma realidade

Pesquisadores do Instituto de Botânica, sediado na cidade de São Paulo, têm voltado seus estudos para esse campo de pesquisa ainda pouco explorado. Temos testado a eficiência bioindicadora de várias plantas utilizadas em ornamentação/arborização urbana para diferentes finalidades. Confira algumas abaixo.

Indicação de riscos genotóxicos
Estabelecimento de um índice de qualidade do ar baseado em respostas fisiológicas e químicas
Indicação de ozônio e metais pesados
Indicação de riscos a fragmentos florestais situados próximos a áreas industriais, urbanas e agrícolas
Quer saber mais?

Para conectar a sua empresa a essa e outras iniciativas do Instituto de Botânica, contamos com uma parceria com a incubadora de conhecimento Fundepag, a Conexão.f. Entre em contato com a equipe: conexao@fundepag.br ou envie uma mensagem pelas redes sociais da Fundepag.



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