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Os desafios de inovação no setor do pescado

Academia x setor produtivo

A falta de conexão entre academia e setor produtivo faz o Brasil perder diversas oportunidades de desenvolvimento de novos produtos e processos a partir do conhecimento científico e tecnológico, e não é apenas um problema do setor do pescado.

A organização mundial que trata das questões relacionadas à propriedade intelectual publica anualmente um relatório com o Índice Global de Inovação. Na versão 2020, ranqueou o Brasil na 62º posição em inovação no mundo. Para calcular esse ranque são utilizadas diversas métricas, como: pesquisas quantitativas e qualitativas; quantidade e intensidade da relação entre pesquisa e indústria; o quanto a indústria demanda ou norteia novas pesquisas cientificas e tecnológicas.

Em relação a “Pesquisa e Desenvolvimento”, o Brasil ocupa o 34º lugar e o 74º lugar em “Colaboração Industria e Universidade”. Existem fatores que impactam negativamente essa relação. “Pesquisadores e empresários falam línguas distintas, enquanto o pesquisador tem uma visão da atuação, formulação e desenvolvimento de projetos de médio e longo prazo, o empresário foca no médio e curto prazo. Ao passo que o pesquisador está concentrado na precisão do seu trabalho, o empresário está preocupado principalmente com os riscos do negócio.

Esses aspectos demonstram um abismo entre a pesquisa científica e as empresas. O trabalho não é apenas desenvolver ações de aproximação de pesquisa e mercado, mas sim de uma estrutura de interface entre as necessidades do negócio e o conhecimento científico conciliando as diferenças.

Ambiente legal para inovação no Brasil

No índice global de inovação, o Brasil ficou com a avaliação inferior na vertente institucional, com destaque para o ambiente regulatório, como: a burocracia no relacionamento público/privado, a complexidade tributária e legal na abertura, gestão e fechamento de empresas de alto risco, como as startups de base tecnológica.

Neste quesito, o avanço do Brasil é gradual. Há três anos, o atual marco legal da inovação facilita a relação entre as instituições de pesquisa e iniciativa privada dando a essas organizações a possibilidade de atuar na gestão da propriedade intelectual e com escritório de negócios tecnológicos. No congresso, tramita uma proposta de legislação para contribuir na atuação também para as startups.

O momento pode ser de oportunidade para o Brasil e para o setor de pescado na criação de um ambiente que favoreça e desenvolva a conexão entre os principais elos da inovação. Deste cenário, a Fundepag lançou a Conexão.f, sua incubadora de conhecimento para atuar neste propósito.

Pensando nestes fatores, será realizado em junho o Ideathon Virtual - Desafio de Inovação do Pescado

Com foco em promover a integração entre a pesquisa acadêmica e o setor produtivo, o Departamento do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o Departamento da Micro, Pequena, Média Indústria e Acelera Fiesp realizarão no dia 08/06 um encontro, o Ideathon Virtual - Desafio de Inovação do Pescado.

O evento visa incentivar empreendedores a desenvolverem negócios de forma inovadora com técnicas de ideação, modelagem de negócios e oficinas de pitch, focada no desenvolvimento de soluções para sete desafios definidos na cadeia produtiva da pesca e da aquicultura.

O desafio abrangerá temas como novos modelos de negócios para comercialização do pescado, rastreabilidade, tecnologias de conservação, armazenamento, entre outros.

A iniciativa nasceu após o Design Sprint com tema “O Consumo de Pescado no Novo Normal”, realizado com o apoio da Conexão.f, a incubadora de conhecimento da Fundepag*, tendo em vista a definição de temas críticos a serem trabalhados com foco na inovação.

Saiba mais: http://fundepag.br/desafiopescado



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